sábado, 31 de outubro de 2009

10:50


Não é apenas impressão, faz mais de duas semanas que eu não escrevo, e o post escrito ontem não sei onde coloquei, da mesma forma como a cena de terça. Minha professora de redação, a menos de 24horas atrás, disse-me que a prática da escrita levava ao aperfeiçoamento (ou, quem sabe, a uma obra prima. Diante disso meus olhos brilham, penso: por que não começar?)


Antes de seguer pensar nas falas ácidas, pedaços abstratos de corações sangrados, nos contrastes absurdos da vida, no sépia (por consequência, no colorido de ontem o qual já se desbota e no breu cujas poucas cores vão fosforescendo) e nas canções escutadas, há algo, ocorrido agora em minha cabeça, mais urgente: adorar adjetivos, céu, uma situação bizarra e revoluções instantâneas.



" Eram 21h:30min de terça-feira, horário de verão, passando de carro, via somente as luzes dos postes das rua, desejando não estar ali, mas sim em casa. Olhei para direita, enxerguei algo inimaginável até aquele segundo: um homem, vestido de cores escuras, consumindo-se nos ócios da espera, sentado em cima de um pneu de bicicleta (faltou apenas o cão andaluza)! Continuei revivendo esse acontecimento, foi como uma fisura no meu universo comum, porque do normal, faz-se, instaneamente, a loucura (perdida em mim) a qual tanto procurava.


Resolvi então fazer minhas revoluções, perdoem o uso excessivo do adjetivo, instâneas. Era tempo de mudanças, morangos e ameixas (observe a influência de Caio F.); sair das cegueiras e dos comportamentos premeditados e óbvios, eu precisava reencontrar-me, portanto; aqui estou monstro e fada, todas as fantasias e falas cruas desse momento. Somente o céu (do chão e do alto) sobre minha cabeça: cinzento; cor-de-chocolate; azul neon; sempre transitório, inconstante, brilhante/opaco - sem nunca, contudo; perde-se no processo.

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